
A indústria da hospitalidade tem a característica mágica de semear sorrisos, contribuir para “a experiência perfeita” e proporcionar emoções indeléveis.
Este carácter altruísta de proporcionar momentos de felicidade desde que o cliente põe o pé no hotel até ao último adeus à saída é algo que realiza qualquer profissional que vibre com esta atividade.
No entanto, e do ponto de vista dos bastidores onde pessoas preparam com todo o detalhe tudo aquilo que se vai oferecer ao cliente de uma forma simples e natural as coisas muitas vezes são bem mais complicadas e amargas do que se poderia supor.
Na teoria todas as organizações ligadas à hotelaria até pela vocação inerente à atividade que é receber bem pessoas deveriam ser exímias em tratar bem pessoas, infelizmente estamos tão longe de tal ser verdade.
Enquanto consultora especializada na área do turismo, hotelaria e restauração tenho sido muito requisitada por pessoas no ativo ou fora dele ligadas à indústria hoteleira.
Estas pessoas pedem-me ajuda e conselhos, pois querem todas trabalhar num hotel ou numa empresa que trate bem os colaboradores. Oiço das mais variadas histórias destas pessoas que me procuram como consultora, como, por exemplo:
De uma forma geral, foi-me possível concluir que na maioria dos casos, os colaboradores queixam-se sempre do mesmo, a falta de reconhecimento dentro das organizações que integram é cada vez mais um dilema do mercado de trabalho na atualidade.
Numa era em que a falta de talento é uma realidade a nível mundial, os colaboradores estão a optar cada vez mais por trabalhos em organizações que lhes permitam conciliar a sua vida profissional com a pessoal.
Contudo, muitas empresas ainda se mostram bastante reticentes relativamente a estes benefícios flexíveis, referentes à distribuição da carga horária semanal dos seus colaboradores.
Tenho dificuldade em entender este tipo de atitudes que existem de forma transversal, em pequenas e grandes organizações independentemente do número de estrelas, tendo em conta a dificuldade acrescida de atrair e reter talento.
São muitas as questões que vão surgindo tendo em conta estas atitudes incorretas por parte das organizações, tais como:
Felizmente muitas empresas pioneiras, algumas ligadas às tecnologias, e outras noutros ramos de negócio, já entenderam que a chave do sucesso são as pessoas.
Salvaguardam os fatores de satisfação dos seus colaboradores, e, além disso, investem em espaços surpreendentes para que a experiência de trabalho seja única.
Um colaborador identifica-se com a organização quando sente que o seu trabalho é fundamental, promover um alinhamento entre colaborador e a cultura da empresa, fazer com que ele vista a camisola e dê o “extra mile”.
Outros pontos relevantes a ter em conta são focados em aspetos fundamentais hoje em dia, como, por exemplo:
“Pessoas felizes faltam menos 24% ao trabalho. São mais 20% produtivas, são mais 20% rentáveis que a concorrência e têm menos 50% acidentes de trabalho”.
– Segundo um Estudo da Gallup
De que estamos à espera para mudar o chip e tornar a hotelaria nacional uma indústria feliz onde dá gosto e é um orgulho trabalhar?
Conteúdo adaptado do artigo publicado na revista “Publituris”, Edição N.º 191 de Fevereiro 2022 na página 52.
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