
Um dos maiores desafios pós-pandemia é a falta de recursos para trabalhar em hotéis, restaurantes e no turismo em geral. Tal facto é de maior importância, já que é impossível recuperar o setor e, em consequência, a economia do nosso país, se não tivermos pessoas para trabalhar.
Estudo elaborado pela Oxford Economics for WTTC analisou a problemática em Portugal, Espanha, Reino Unido, Itália e França, no período entre julho e dezembro de 2021.
Em 2022, chegou à conclusão que este fenómeno é global, já que estes países registam escassez de pessoal e a capacidade de oferta de pessoas ao mercado é notoriamente inferior ao número de vagas disponibilizadas pelas organizações.
Apesar de o Governo português ter implementado diversas medidas para reter pessoas às organizações o facto é que em 2020, 92.000 pessoas que trabalhavam no setor perderam o emprego e esta pressão na necessidade de pessoas começou a sentir-se já no verão de 2021.
Prevê-se que esta escassez atinja o ponto máximo com menos 85.000 pessoas para trabalhar no setor, ou seja, uma em cada seis vagas ficarão por preencher. Em 2022, prevê-se que faltem 53.000 pessoas para os cargos novos e existentes.
O WTTC aponta vários caminhos para que os governos e as organizações possam combater este problema:
No “Economic Survey Portugal” Executive Summary, de dezembro de 2021, a OECD diz-nos que a pandemia provocou enormes mudanças no mercado de trabalho e que as perspetivas de emprego se deterioraram, sobretudo para os jovens e os que têm menos habilitações.
A participação dos adultos em programas de formação é baixa e com maiores probabilidades de serem afetados pela transição digital. É premente a necessidade de formar do ponto de vista tecnológico mais mulheres e assim trabalhar num dos objetivos do plano de recuperação e resiliência do setor que é a igualdade de género.
Existe falta de consciencialização e expertise por parte das PMEs em tecnologias digitais e fraca adoção de ferramentas digitais. O mesmo acontece relativamente à cibersegurança e legislação de proteção de dados cuja implementação ainda é difícil.
Dado este enquadramento inicial, creio pertinente abordar alguns aspetos que merecem uma reflexão mais aprofundada e que irei desenvolver nos próximos artigos.
Conteúdo adaptado do artigo publicado na revista “Publituris”, Edição de Junho 2022 na página 36.
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