Num contexto de mudança, com o aparecimento de novos e mais dotados concorrentes, a progressiva digitalização e os clientes cada vez mais exigentes, a única certeza que existe é de que se queremos estar na linha da frente, temos de abraçar a mudança, ser criativos, e assumir que nada é o que era.
O caminho faz-se caminhando e aprendendo com os nossos próprios erros, para garantir a nossa futura sobrevivência.
Recentemente fui convidada a falar sobre estes temas, pelo que deixo alguns insights para que cada um possa refletir:
- A necessidade é a mãe da inovação: Partindo deste pressuposto, inovar é introduzir novidades, mudanças com o objetivo de constituir novos processos, produtos ou serviços. A novidade pressupõe uma mudança, uma passagem de um ponto A a um ponto B, porque gerir a inovação é gerir a mudança, e líderes de inovação são líderes de mudança.
- Cultura da inovação: Pressupõe uma cultura organizacional com um propósito, ou seja, um “porque” e um “para que”, bem como um ADN específico, uma missão, uma visão e valores do conhecimento de todos os elementos da equipa. Além disso, é fundamental uma cultura que alimente o erro e a aprendizagem, tendo como base a segurança psicológica onde todos são convidados a expressar as suas opiniões livremente.
- Papel das Lideranças: Envolver, motivar, provocar e apoiar as pessoas nos processos de mudança.
- Gestão da Mudança: O processo de coordenação, aconselhamento, orientação das pessoas para ir de um estado atual a um estado futuro, salvaguardando que essas pessoas implementem, adotem e mantenham o estado futuro com sucesso. Vários são os modelos de gestão da mudança como o de Lewis, Kotter, Adkar, entre outros.
E tudo isto só se faz com Pessoas!
As pessoas no centro da equação!
Parece óbvio que a inovação só acontece com o envolvimento, sentido de pertença, motivação, brio e resiliência das pessoas. Para tal acontecer, é necessário que as condições básicas de salário real e emocional estejam cumpridas para passar da satisfação para a felicidade organizacional.
O Modelo P.E.R.M.A.V
Martin Seligman, um dos fundadores da psicologia positiva, defende o modelo P.E.R.M.A.V:
- P: Emoções positivas como a paz, a gratidão e o perdão geram um ambiente de trabalho positivo;
- E: Engagement, como energia, dedicação, interação entre pessoas e estado de “flow” (concentração máxima quando estamos absorvidos a fazer algo que gostamos);
- R: Relações positivas, ajudar os outros nas tarefas, colaboração entre equipas, inclusão;
- M: Significado o porquê de executarmos esse trabalho, conexão com o nosso propósito;
- A: Realizações, metas e objetivos com a sensação de autonomia e eficácia;
- V: Vitalidade, saúde e bem-estar.
Um local de trabalho humanizado, em que as relações entre as pessoas são positivas, potencia também emoções positivas que irão permitir a criatividade e a inovação. Pessoas Felizes = Inovação!
Conteúdo adaptado do artigo publicado na revista “Publituris”, Edição de Dezembro 2022 na página 51.