Atualmente a definição de um propósito de vida torna-se cada vez mais essencial para o ser humano. A palavra propósito, é utilizada enquanto razão de ser e fim último, quer a nível pessoal como a nível organizacional.
Numa vida quotidiana marcada pelo sentido de imediato e de urgência, damos por nós concentrados nessa voracidade que sentimos relativamente ao mundo exterior e aos acontecimentos que pautam a nossa vida.
Quando nos deixamos levar pela voracidade do quotidiano, deixamos de ter rédeas da liberdade e da opção de escolha perante o que realmente queremos para nós e qual o caminho que devemos seguir.
Pessoalmente, este ano tenho percorrido um caminho interior de autoconhecimento e consciência, na busca do meu próprio propósito e só muito recentemente consegui defini-lo e assumi-lo enquanto bússola da minha vida presente e futura.
“O meu propósito de vida é contribuir para um mundo mais humano, justo, sustentável e inclusivo dando-me aos outros com toda a minha experiência, conhecimento e exemplo”.
– Liliana Conde
Recentemente li uma obra, que recomendo vivamente de nome “O Homem em busca de um sentido”, escrita por Viktor Frankl em 1946, e que nos obriga a contestar sobre o nosso propósito.
Questionar se efetivamente já descobriu o seu propósito é um feito marcante e libertador cuja consequência é conhecer o “porque” de estar neste mundo e para onde queremos ir, a partir daí tudo passa a fazer mais sentido.
Na obra referida o psicoterapeuta austríaco que sobreviveu aos piores campos de concentração alemães durante 13 anos, narra a sua dramática luta pela sobrevivência e descreve o seu método – a Logoterapia.
O autor ao verificar que muitos dos presos dos campos de concentração de Auschwitz mais depressa morriam de falta de esperança e de uma “razão para viver” do que por falta de comida.
Viktor Frankl sobreviveu aos campos de concentração por acreditar vir a fazer palestras sobre ensinamentos psicológicos retirados da sua experiência de guerra no seu futuro.
Além destas motivações, Frankl também encontrava esperança sempre que recordava imagens da sua esposa e quando pensava na possibilidade de a voltar a rever em breve.
Perante as atrocidades e o extremo sofrimento, o autor defende que mesmo que o homem não tenha mais nada no presente, ninguém poderá retirar-lhe a liberdade de escolha da forma como reage a esse estado enquanto acreditar que esse sofrimento tem um sentido.
Os conceitos de autodeterminação, liberdade e responsabilidade estão bem evidentes nas bases teóricas de Viktor Frankl, tendo em conta que:
A tarefa de qualquer pessoa é a busca de sentido, sendo que temos de aprender a viver a vida como dotada de significado e havendo uma finalidade última para a mesma.
Segundo o autor existem três possíveis fontes de busca de sentido:
Situações externas e excecionalmente difíceis possibilitam ao ser humano a oportunidade de crescer e de se superar tendo em conta as suas circunstâncias.
Cada experiência dolorosa e difícil será assumida como um desafio e um triunfo interior. Nesta linha de pensamento Nietzsch afirma que, “aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase tudo”.
Todo o pensamento de Frankl revela uma atitude de pro atividade e positividade onde o ser humano é questionado pela vida e a sua resposta é a ação e a conduta corretas.
Deste modo cabe-nos a nós a responsabilidade de encontrar a melhor solução para os nossos problemas assim como superarmos qualquer desafio.
A Logoterapia e Análise Existencial é um sistema teórico-prático criado pelo psicoterapeuta Viktor Frankl que sobreviveu aos campos de concentração de Auschwitz.
O autor descreve ainda a sua teoria e metodologia, ou seja, a Logoterapia centrada no significado da existência humana baseia-se no esforço humano por encontrar um sentido ou significado para a principal força motivadora da sua vida.
Quer saber mais sobre o conceito de Logoterapia? Visite o website oficial da Associação Portuguesa de Logoterapia (APL)
O vácuo existencial é um fenómeno do século XX e XXI e manifesta-se num estado de aborrecimento onde o indivíduo carece de um sentido na vida e acaba por fazer o que os outros fazem ou o que os outros querem que ele faça.
Por contraposição, o sentido da vida baseia-se no facto de cada um ter a sua vocação e missão específicas e uma tarefa concreta a ser realizada, e a tarefa de cada pessoa é única.
Neste sentido, o autor Viktor Frankl aconselha-nos a fazer o seguinte exercício:
Considero de grande relevância para a sociedade de hoje desprovida muitas vezes de qualquer propósito que se coloque em perspetiva este princípio que é a busca do sentido e que se aplica às pessoas e também às organizações.
Se todos tivermos bem presentes o “porque” e “para quê” nas nossas vidas seremos melhores pessoas, influenciaremos os outros e contagiaremos no bom sentido o mundo tornando-o mais humano e mais justo.
Da minha parte, este é o meu compromisso com a minha gota neste mar de esperança.
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